segunda-feira, 27 de junho de 2016

BRIDGET JONES: Louca pelo garoto


Título: Bridget Jones - Louca pelo garoto
Autora: Helen Fielding
Editora: Companhia das Letras

   Confesso que demorei mais do que o normal para ler esse livro, achei o início meio chato e pensei "nossa, Bridget com 50 anos e os mesmos impasses e confusões dos 30. E cadê o Maaark???"... Mas depois a história vai adquirindo uma certa graça e fica envolvente.
   Jonesinha se descobre  na 'pista pra negócio' nas redes sociais e a partir daí sua vida amorosa recomeça com as mesmas trapalhadas de sempre, trapalhadas essas que não envolvem somente o seu pseudonamorado gostosão, mas também seus dois filhos e amigos íntimos, todos são alvos fáceis das peripécias da personagem mais estabanada de todos os tempos.
   Até pensei em criticar o fato de apesar da idade e de tudo vivido ela continuar com a mentalidade completamente fora de órbita, insegura, lutando contra a balança, sem emprego fixo e sem coordenação nenhuma! (rsrsrs) Mas se não fosse assim, não seria A Bridget Jones que todos aprenderam a amar e não há motivo para estabelecer regras de maturidade, cada um é o que é e ponto! 
   A ausência de Mark Darcy é evidenciada em várias partes, é nítido o eterno amor que Jones tem por ele e o quanto faz falta sua presença na vida dela e das crianças. É fato que seguir em frente é difícil, ainda mais se tratando de BJ, que tem o dom de transformar todas as situações possíveis em catástrofes psicossomáticas. Daniel também tem suas pontas na história, mas achei que não ficou legal o modo como tudo se encaminhou com ele, ficou meio perdida sua participação, como se fosse apenas uma obrigação ter que colocá-lo ali. 
   Enfim, não posso dizer que é o melhor livro de Fielding, mas valeu a leitura e talvez para algumas leitoras foi importante perceber que a vida não acaba aos 50, mesmo viúva e com filhos pequenos, que aventuras amorosas podem ser doloridas e ao mesmo tempo gostosas, que mesmo com piolho, vomitando, soltando pum, pendurada em uma árvore com a calcinha de fora ou suja de chocolate quente podemos ser atraentes (ficção puraaaa rsrsrs).

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Depois de você


Título: Depois de você
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca

   Então, após o post sobre 'Como eu era antes de você', fui em frente... Devorei 'Depois de você' em um dia...
   Quando comecei a ler pensei que no primeiro parágrafo ia encontrar algo do tipo 'Ha! Ye, ye! Pegadinha do Mallandro! Will está vivo!!!', mas nãooooo! Não foi o que encontrei... Ele realmente se foi, pelo menos fisicamente... A presença dele está da primeira a última página... Me debulhei em lágrimas!
    Lou enfrenta uma batalha interna gigantesca. Precisa superar a perda e a forma como tudo aconteceu, se perdoar, aprender a conviver com o amor que ainda sente por Will e seguir em frente. Lógico que com uma 'pequena' queda das alturas e uma surpresa de 16 anos para dificultar o processo, mas que acabam se tornando o ponta pé inicial para todas as mudanças. Em meio a muitas lágrimas, existe algumas partes realmente engraçadas, o núcleo familiar de Louisa é o retrato de uma família normal, com todas as suas peculiaridades. Uma parte hilária, que chorei, mas de rir, envolve Thom (sobrinho de Lou) e uma caneta permanente, consegui visualizar a cena e ri muuuuito!
    Sem dúvidas é um livro emocionante, que remexe em algumas feridas e me deixou sem fôlego com algumas passagens, meu coração apertou. Ah! Mas não pense que Jojo dá solução para tudo e deixa rolar o 'felizes para sempre', lembra que aqui encontramos uma realidade na ficção? Pois é, então algumas coisas ficam meio no ar e você deduz se vai ser bom ou ruim, tudo depende do ponto de vista de cada um, o que faz dessa obra uma história pessoal e intransferível.
   E vamos fazer uma pequena observação para as capas dos dois volumes, que dizem muito sobre a história, são lindas e definitivamente se completam.
   Cadê o terceiro volume???

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Como eu era antes de você


Título: Como eu era antes de você
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca

   Com a proximidade da estréia do filme baseado neste livro, resolvi fazer meus comentários sobre ele, li em tempo recorde e consequentemente me decepcionei igualmente em tempo recorde, não porque a história seja ruim, pelo contrário, é unicamente linda, mas é que sempre buscamos sair da realidade quando lemos romances, o que não acontece aqui. 
   Criei uma relação de amor e ódio com "Como eu era antes de você" e tive vontade de entrar em contato com a Livraria Saraiva, porque terminantemente meu livro estava com defeito nas últimas folhas. Choreeeeeiii!!! Molhei as palavras com minhas lágrimas! Na realidade dá vontade de arrancar algumas páginas do livro e recriar essas partes. Parando para pensar, não é o que desejamos fazer com algumas páginas da nossa vida?
    Mesmo depois de um tempo, ainda não consegui ler "Depois de você", não digeri o desfecho triste do primeiro, me faltou o irreal 'foram felizes para sempre', me faltou a ficção científica com a cura para os traumas da C4/C5 e todas as mazelas da vida, me faltou a fantasia. Por que ser tão real? Por que mostrar que a vida não é feita apenas de momentos doces? Por que esfregar na nossa cara que nem sempre as coisas saem do modo como planejamos?
   Triste entender que nem sempre o amor vence. Ou vence? Creio que vai depender muito da visão de cada um após a leitura das 300 e poucas páginas que Jojo criou só para nos fazer chorar.
   Lou e Will, problemas distintos, cada um com a sua grandiosidade, uma corrida contra o tempo e o amor... O maior e mais sublime sentimento, o amor... A história também trata de um assunto delicado, a deficiência física e suas dificuldades, preconceitos, discriminações e aceitação por parte de todos os envolvidos. Difícil não se emocionar e não se entregar a leitura.

Trailer do filme


segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ensaio Sobre a Cegueira


Título: Ensaio Sobre a Cegueira
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara"

   O que dizer sobre esta obra literária? Sobre esse tapa na cara de quem a lê? As lágrimas caíram ao perceber a cegueira na qual todos nós nos encontramos, no quanto a humanidade pode estar perdida.
   Esse livro não é uma leitura como outra qualquer, é um momento de reflexão, de se olhar enquanto ser humano, de se encontrar no meio do caos instalado nas nossas almas e nas nossas vidas, de nos percebermos...
   É frustrante notar a vulnerabilidade em que nos encontramos, como podemos ser egoístas em diversas situações, como somos juízes da vida alheia, como tendenciamos a nos tornarmos vítimas em potencial e sempre temos desculpa para tudo, os fins literalmente justificam os meios, será?
   Você, sem ler o livro, apenas parando para pensar, consegue se ver em um mundo sem leis, sem regras? Muitos reclamam, mas, infelizmente, estamos condicionados a seguir cartilhas, sabe por quê? Porque falta bom senso, falta caráter, faltam valores éticos, falta educação, falta respeito, falta humanidade no ser humano. Precisamos de leis que nos digam como agir, que nos coordenem, que nos indiquem o certo, se assim não for o caos será estabelecido, pois naturalmente não temos limites. E não adianta se colocar acima do bem e do mal, todos temos o lado negro da força pairando os corações.
   Podia aqui escrever muito mais, cada detalhe da metáfora mais real com a qual já me deparei, mas me contenho e apenas peço que reflitamos sobre nossas atitudes, sobre como vemos o outro, que sejamos pacientes e sempre tenhamos a esperança a nos acompanhar. E, se algum dia tiverem a oportunidade, leiam, o livro é uma ficção, apenas o ensaio sobre uma cegueira que teima em se instalar nos olhos de quem não quer ver.

   "Cada leitor viverá uma experiência única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, face à pressão dos tempos e ao que se perdeu - 'uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos'". (Arthur Nestrovski)


segunda-feira, 2 de maio de 2016

O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares


Título: O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares
Autor: Ransom Riggs
Editora: Leya

   Tim Burton disse que esta parecia uma obra que poderia ter sido escrita por ele, posso acrescentar que ele teria feito parceria com Stephen King. Com certeza essa é uma história que une o estilo desses dois gênios da arte.
   É um misto de romance, mistério, aventura, drama e uma pitada de X-men (rsrsrsrs). Tudo regado com imagens terrivelmente estranhas, algumas até assustadoras, mas o medo vai passando com o desenrolar dos fatos. Pouco antes da metade do livro tudo começa a ser explicado e quando você volta e revê as fotos percebe que elas não são tão tenebrosas, o que não se aplica a umas duas que se referem aos acólitos, essas sim dão pavooor!
   Ranson Riggs arrasa na narrativa em primeira pessoa, em alguns trechos quase perdi o fôlego junto com os personagens e todo o suspense da trama prende a sua atenção até o último capítulo, fato que aumenta a ansiedade para ler o vol. 2, Cidade dos Etéreos...

SINOPSE:
   Tudo está à espera para ser descoberto em O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares, um romance inesquecível que mistura ficção e fotografia em uma experiência de leitura emocionante. Nossa história começa com uma horrível tragédia familiar que lança Jacob, um rapaz de 16 anos, em uma jornada até uma ilha remota na costa do País de Gales, onde descobre as ruínas do Orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares. Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, fica claro que as crianças do orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares: elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo... E, de algum modo, por mais impossível que pareça, ainda podem estar vivas.
   Uma fantasia arrepiante, ilustrada com assombrosas fotografias de época, O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares vai deliciar jovens, adultos e qualquer um que goste de uma aventura sombria.