segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ensaio Sobre a Cegueira


Título: Ensaio Sobre a Cegueira
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara"

   O que dizer sobre esta obra literária? Sobre esse tapa na cara de quem a lê? As lágrimas caíram ao perceber a cegueira na qual todos nós nos encontramos, no quanto a humanidade pode estar perdida.
   Esse livro não é uma leitura como outra qualquer, é um momento de reflexão, de se olhar enquanto ser humano, de se encontrar no meio do caos instalado nas nossas almas e nas nossas vidas, de nos percebermos...
   É frustrante notar a vulnerabilidade em que nos encontramos, como podemos ser egoístas em diversas situações, como somos juízes da vida alheia, como tendenciamos a nos tornarmos vítimas em potencial e sempre temos desculpa para tudo, os fins literalmente justificam os meios, será?
   Você, sem ler o livro, apenas parando para pensar, consegue se ver em um mundo sem leis, sem regras? Muitos reclamam, mas, infelizmente, estamos condicionados a seguir cartilhas, sabe por quê? Porque falta bom senso, falta caráter, faltam valores éticos, falta educação, falta respeito, falta humanidade no ser humano. Precisamos de leis que nos digam como agir, que nos coordenem, que nos indiquem o certo, se assim não for o caos será estabelecido, pois naturalmente não temos limites. E não adianta se colocar acima do bem e do mal, todos temos o lado negro da força pairando os corações.
   Podia aqui escrever muito mais, cada detalhe da metáfora mais real com a qual já me deparei, mas me contenho e apenas peço que reflitamos sobre nossas atitudes, sobre como vemos o outro, que sejamos pacientes e sempre tenhamos a esperança a nos acompanhar. E, se algum dia tiverem a oportunidade, leiam, o livro é uma ficção, apenas o ensaio sobre uma cegueira que teima em se instalar nos olhos de quem não quer ver.

   "Cada leitor viverá uma experiência única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, face à pressão dos tempos e ao que se perdeu - 'uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos'". (Arthur Nestrovski)


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